A cardio-oncologia é uma área interdisciplinar que une cardiologia e oncologia com o objetivo de cuidar da saúde cardiovascular de pacientes diagnosticados com câncer. Esse campo ganhou destaque nos últimos anos devido ao aumento significativo da sobrevida de pacientes oncológicos e à necessidade de monitorar e tratar os efeitos colaterais cardiovasculares associados aos tratamentos contra o câncer, como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.
Os tratamentos oncológicos, embora altamente eficazes, podem causar danos ao sistema cardiovascular. Medicamentos quimioterápicos, como as antraciclinas, e terapias-alvo, como os inibidores da tirosina-quinase, estão associados a efeitos colaterais como insuficiência cardíaca, hipertensão arterial e arritmias. Além disso, a radioterapia direcionada ao tórax pode levar a alterações nas artérias coronárias e no miocárdio.
Com o aumento da expectativa de vida, é essencial oferecer um acompanhamento que vá além do controle do câncer. Nesse contexto, a cardio-oncologia busca prevenir, diagnosticar e tratar precocemente essas complicações, garantindo mais qualidade de vida para os pacientes.
Durante o tratamento oncológico, o papel do cardiologista é essencial em várias etapas:
1. Avaliação Inicial: Antes do início da terapia, o médico realiza exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e avaliação dos fatores de risco cardiovascular. Esse acompanhamento inicial ajuda a identificar condições pré-existentes e a traçar um plano personalizado.
2. Monitoramento Durante o Tratamento: Ao longo do tratamento, é importante acompanhar sinais de toxicidade cardíaca, como alterações na função ventricular, aumento da pressão arterial e surgimento de arritmias. O cardiologista trabalha em conjunto com o oncologista para ajustar as doses ou substituir medicamentos, caso necessário.
3. Cuidados Pós-Tratamento: Após o término do tratamento oncológico, o acompanhamento continua. Isso inclui check-ups regulares para monitorar a saúde cardiovascular a longo prazo, uma vez que os efeitos cardíacos podem surgir anos depois.
Para minimizar os riscos cardiovasculares, a prevenção desempenha um papel crucial. Pacientes oncológicos são incentivados a adotar hábitos saudáveis, como:
– Praticar atividade física regular, sob supervisão médica;
– Manter uma alimentação balanceada e rica em nutrientes;
– Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool;
– Controlar condições como hipertensão, diabetes e colesterol elevado.
A pesquisa nessa área tem avançado rapidamente. Novos biomarcadores estão sendo desenvolvidos para detectar precocemente lesões cardíacas, e tecnologias como a ressonância magnética cardíaca permitem diagnósticos mais precisos. Além disso, estudos estão focados em terapias menos tóxicas ao coração, ampliando as opções para pacientes oncológicos com histórico de doenças cardíacas.
A cardio-oncologia representa um avanço significativo na medicina moderna, ao integrar duas áreas críticas da saúde para atender de forma mais abrangente os pacientes oncológicos. Com um acompanhamento especializado, é possível tratar o câncer de maneira eficaz, ao mesmo tempo em que se protege e preserva a saúde do coração.
Investir em uma abordagem multidisciplinar é essencial para que pacientes tenham mais qualidade de vida e melhores resultados a longo prazo. Se você ou alguém que conhece está passando por um tratamento oncológico, procure informações sobre a cardio-oncologia e consulte especialistas para garantir um cuidado completo e personalizado.
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